O ARTISTA
pequenos nadas
Testemunhos.
O artista é, de um modo geral, uma pessoa envolvida na criação do fazer artístico. Esta definição simplista que tem variado, consideravelmente, ao longo dos séculos e nas diferentes culturas, está intrinsecamente ligada ao conceito de arte, também controverso e mutável. Cientistas credenciados têm falhado na tentativa de enquadrar o que se entende por artista dentro de parâmetros bem determinados e de valor universal (veja-se Wikipédia). Artista é também definido, pelo dicionário Priberam, como pessoa que pratica uma das belas artes, interpretando, por exemplo, uma obra musical, teatral, cinematográfica, coreográfica e muitas outras, exprimindo nelas o sentimento da arte e do belo. Também deixa aberta a porta, à designação pejorativa de manhoso, finório e impostor. Estas explicações vagas permitem que se exorbite para o artista da bola, artista de rua, de artes marciais, circenses, ginástica… E assim sendo, porque não qualificar o artista da ciência, da política, da informática, da economia e tantos outros.
E arte, sendo obra do artista, como se definirá então? Será uma das melhores maneiras do ser humano expressar os seus sentimentos e emoções? Podemos entender a arte como a actividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, praticada por intermédio de uma enorme variedade de linguagens, com o intuito de expressar emoções e ideias? Ou ainda a manifestação de alguma habilidade especial, a propagação de uma novidade, ineditismo, inovação, ou, a invenção de coisas que dêem uma resposta a um dado problema? (veja-se Wikipédia).
Ó meus amigos (!), não se aproveitou tudo o que foi explanado para falar, nos dias de hoje, em nota artística nas diversas modalidades desportivas? O Ronaldo não é um artista? E o Trump? Então porque não chamar, por diversos motivos, artista a um primeiro-ministro? Até se deve sentir vangloriado, desde que não caiba no «gozo» sarcástico daqueles que não perdem a oportunidade para lhe atirarem a pedra: «saíste-me cá um artista! …»
Quando o nosso Primeiro-ministro António Costa foi apelidado de artista pelo ex-presidente da República Cavaco Silva, nas suas memórias (que não são, por hábito, muito inovadoras), fiquei perplexo, o que me levou a indagar o significado de tal palavra, como acima se prova. Mas reparem, ela não é nenhuma invenção de Cavaco Silva, pois remonta ao século XVI. O nosso ex-presidente fala de Costa como um artista que possui a arte de “nunca dizer não aos pedidos que lhe eram [são] apresentados.” Ou seja, poderá ser manhoso, finório ou impostor, como consta da definição já arriba plasmada.
Senhor Primeiro-Ministro, não se importe de ser artista, – excepto se a palavra for associada a desígnios malévolos. Mas isso, só o próprio que assim escreve sabe… está fechada a sete chaves nas catacumbas das memórias.
Testemunhos. O Artista.
O artista é, de um modo geral, uma pessoa envolvida na criação do fazer artístico. Esta definição simplista que tem variado, consideravelmente, ao longo dos séculos e nas diferentes culturas, está intrinsecamente ligada ao conceito de arte, também controverso e mutável. Cientistas credenciados têm falhado na tentativa de enquadrar o que se entende por artista dentro de parâmetros bem determinados e de valor universal (veja-se Wikipédia). Artista é também definido, pelo dicionário Priberam, como pessoa que pratica uma das belas artes, interpretando, por exemplo, uma obra musical, teatral, cinematográfica, coreográfica e muitas outras, exprimindo nelas o sentimento da arte e do belo. Também deixa aberta a porta, à designação pejorativa de manhoso, finório e impostor. Estas explicações vagas permitem que se exorbite para o artista da bola, artista de rua, de artes marciais, circenses, ginástica… E assim sendo, porque não qualificar o artista da ciência, da política, da informática, da economia e tantos outros.
E arte, sendo obra do artista, como se definirá então? Será uma das melhores maneiras do ser humano expressar os seus sentimentos e emoções? Podemos entender a arte como a actividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, praticada por intermédio de uma enorme variedade de linguagens, com o intuito de expressar emoções e ideias? Ou ainda a manifestação de alguma habilidade especial, a propagação de uma novidade, ineditismo, inovação, ou, a invenção de coisas que dêem uma resposta a um dado problema? (veja-se Wikipédia).
Ó meus amigos (!), não se aproveitou tudo o que foi explanado para falar, nos dias de hoje, em nota artística nas diversas modalidades desportivas? O Ronaldo não é um artista? E o Trump? Então porque não chamar, por diversos motivos, artista a um primeiro-ministro? Até se deve sentir vangloriado, desde que não caiba no «gozo» sarcástico daqueles que não perdem a oportunidade para lhe atirarem a pedra: «saíste-me cá um artista! …»
Quando o nosso Primeiro-ministro António Costa foi apelidado de artista pelo ex-presidente da República Cavaco Silva, nas suas memórias (que não são, por hábito, muito inovadoras), fiquei perplexo, o que me levou a indagar o significado de tal palavra, como acima se prova. Mas reparem, ela não é nenhuma invenção de Cavaco Silva, pois remonta ao século XVI. O nosso ex-presidente fala de Costa como um artista que possui a arte de “nunca dizer não aos pedidos que lhe eram [são] apresentados.” Ou seja, poderá ser manhoso, finório ou impostor, como consta da definição já arriba plasmada.
Senhor Primeiro-Ministro, não se importe de ser artista, – excepto se a palavra for associada a desígnios malévolos. Mas isso, só o próprio que assim escreve sabe… está fechada a sete chaves nas catacumbas das memórias.
[ António Inácio Nogueira]